“Em setembro
de 1999, estava o paciente andando pelas imediações de sua residência quando
subitamente notou seu coração acelerado, sudorese intensa, boca seca, falta de
ar e dores no peito; desesperou-se achando que iria ter um "infarto".
Foi levado por sua mãe ao pronto socorro, e após exames físicos sem
anormalidades, o médico plantonista medicou o paciente com diazepan e explicou
que "havia sido uma crise de ansiedade”, liberando-o em seguida.” 1
“Seu
primeiro ataque de pânico ocorreu quando estava em um ônibus que vinha de
Petrópolis para o Rio de Janeiro, vindo da casa de seus pais, que passavam uma
temporada de férias naquela cidade. Os seus sintomas consistiram em uma forte
taquicardia, sensações de falta de ar, tontura, ondas de frio e calor, sudorese,
tremores internos e ideias de morte iminente por ataque cardíaco. Em
decorrência disso, passou a evitar andar de ônibus, elevador, avião, passar em
túneis e viadutos, e evitava também engarrafamentos.“ 2
Pode-se
dizer que os dois relatos acima apresentam uma mistura de ataques de pânico,
medo e ansiedade característicos da Agorafobia. Este distúrbio da ansiedade se
resume basicamente pelo próprio medo de ter medo, de sentir mal em lugares
como: festas, ônibus lotado, pontes, filas, trem ou automóvel. O medo
desencadeia um comportamento de evitação provocado por lugares ou situações
onde sair seria difícil ou embaraçoso caso se tenha uma crise de pânico ou
algum mal estar. À medida que a pessoa começa a evitar lugares essenciais à sua
vida ela passa por muitas dificuldades que influenciam sua qualidade de vida. A
relação entre a agorafobia e o pânico é bem próxima. Existe transtorno do
pânico sem agorafobia, mas a agorafobia sem pânico é incomum, havendo até mesmo
quem afirme que não existe agorafobia isoladamente. As crises de pânico são
bastante desagradáveis, mas não afetam o ritmo de vida como a agorafobia faz:
torna os pacientes dependentes de outras pessoas para sair de casa e fazer as
coisas mais elementares como comprar um pão na padaria. Pode até impedir o
paciente de ir ao trabalho, ao médico, de ajudar quem dele precisa.
O tratamento
pode ser feito pela combinação de medicamento mais a terapia
cognitivo-comportamental (TCC). Como característico da TCC, técnicas serão
aplicadas, afim de, diminuir os sintomas fóbicos, a ansiedade antecipatória e
preparar o paciente para enfrentar futuras recaídas.
Fonte: 1: D'EL REY, Gustavo J. Fonseca.Exposição ao vivo no tratamento de agorafobia: relato de caso.Psicol. cienc. prof. [online]. 2002, vol.22, n.4, pp. 80-85. ISSN 1414-9893. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932002000400010.
2: RANGE, Bernard. Tratamento cognitivo-comportamental para o transtorno de pânico e agorafobia: uma história de 35 anos. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2008, vol.25, n.4, pp. 477-486. ISSN 0103-166X. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400002.
2: RANGE, Bernard. Tratamento cognitivo-comportamental para o transtorno de pânico e agorafobia: uma história de 35 anos. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2008, vol.25, n.4, pp. 477-486. ISSN 0103-166X. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400002.
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