É difícil encontrar uma pessoa que não queira
perder alguns quilos para ficar em forma e satisfeita com seu próprio corpo. O
padrão de beleza que a sociedade atualmente representa também influência nessa
questão. Perder alguns quilos para entrar em forma não é tão difícil para
algumas pessoas, mas quando se fala em obesidade tudo muda e fica mais
preocupante para outros.
A
obesidade tem sido classificada como um dos maiores problemas em saúde pública
chegando a gastar grande parte das verbas nos tratamentos decorrentes dela como, diabetes e hipertensão arterial. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde (World Health Organization, 1997) pode-se caracterizar a obesidade como
uma epidemia mundial. Calcula-se que agora são 300 milhões de obesos no mundo
podendo chegar a 600 milhões em 2025. No Brasil, 13,9% da população são obesos,
7,3 atinge as crianças sendo mais comum em mulheres do que homens. Fatores genéticos influenciam o início e a manutenção da obesidade,
mas fatores psicológicos e sócio-culturais também interferem criando um
ambiente facilitador para esse quadro.
Indivíduos obesos ou com sobrepeso apresentam crenças
disfuncionais (pensamentos distorcidos, ver: O que é terapia cognitiva) sobre a alimentação e o
peso. O ato de comer e fazer dieta influencia o comportamento e causam emoções. Isso resulta em
sentimentos de culpa, ansiedade, raiva, estresse, tristeza e impotência,
podendo também desenvolver outros problemas psicológicos.
Para um tratamento eficaz é muito importante ter um acompanhamento
multidisciplinar (psicológico nutricional e médico). Além dos variados
tratamentos psicológicos existentes, pretende-se aqui apresentar a Terapia
Cognitiva-Comportamental (TCC) no tratamento para obesidade.
Baseando-se no livro Pense Magro – A Dieta Definitiva de Beck, escrito pela psicóloga americana Judith T. Beck e filha do fundador da terapia cognitiva Aaron T. Beck (ver: Aaron T. Beck) pode-se compreender melhor a "dieta do pensamento".
A dieta definitiva de Beck é um programa psicológico e não uma dieta alimentar. Ela não diz o que comer, pelo contrário, propõe-se mudar a maneira de pensar em relação à comida. O objetivo é parar de "pensar gordo" e começar a "pensar magro".
Para Judith T. Beck se a pessoa mudar seus pensamentos terá ótimos resultados em qualquer dieta nutritiva de sua escolha e possivelmente manterá o peso em longo prazo.
O que se identifica nos pensamentos distorcidos, característicos das pessoas com sobrepeso, é que elas não sabem pensar como as pessoas magras, como por exemplo. diferenciar a fome da vontade de comer.
Os chamados pensamentos sabotadores são os vilões das inúmeras dietas mal sucedidas das pessoas que tentam emagrecer e não conseguem, ou não escapam do chamado "efeito sanfona".
Exemplos de pensamentos sabotadores:
- Sei que não deveria comer isso, mas não me importo.
- Se eu comer isto só dessa vez não vai ter problema.
- Tive um dia tão difícil. Mereço comer o que quiser.
- Não consigo resistir a essa comida.
- Já que comi o que não devia, vou continuar comendo até o fim do dia.
- É muito difícil, não quero continuar fazendo dieta.
- Nunca vou emagrecer.
A terapia
vai ajudar a identificar a maneira de pensar sobre os alimentos. Se a pessoa puder identificar estímulos que
provocam os pensamentos sabotadores e que a levam a comer de
maneira inadequada, poderá minimizar sua exposição a eles e mudar a
forma de enfrentá-los.
Já se sabe que, os resultados obtidos pelas pessoas que fazem dietas
acompanhadas com um tratamento psicológico são mais eficazes e duradouros
evitando principalmente futuros distúrbios alimentares. (ver: Transtornos
Alimentares)
O que também se torna muito comum na obesidade é a pessoa recorrer à
cirurgia bariátrica (redução de estômago), o que impede posteriormente a
ingestão de grandes quantidades de alimento levando à perda de peso. O que
continua sendo um problema, nesse caso, é que a pessoa não muda sua postura em
relação à alimentação, causando muitas vezes depressão, frustração e até ganho
de peso futuro. Nessa questão a terapia também é essencial para a boa saúde
emocional de quem passa pela cirurgia bariátrica, ajudando-a nos processos pré-operatórios e melhorando os resultados pós-operatórios.
Portando, seja qual for a maneira escolhida para emagrecer, o
acompanhamento psicológico torna os resultados melhores e também evita futuras recaídas.
Fonte: MARCHESINI, Simone Dallegrave. Acompanhamento psicológico tardio em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. ABCD, arq. bras. cir. dig. [online]. 2010, vol.23, n.2, pp. 108-113. ISSN 0102-6720. http://dx.doi.org/10.1590/S010267202010000200010.
BECK S J. Pense Magro: a dieta definitiva de Beck. Ed artmed. 2009.
PEREIRA, M. O. Pense magro: treine seu cérebro a pensar como uma pessoa magra. A dieta definitiva de Beck. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30(2), 159- 160, 2008.
Para saber mais:
http://goo.gl/FmmRB
Calcule seu Índice de Massa Corporal:
http://goo.gl/aBnMX
Nenhum comentário:
Postar um comentário