A obesidade se caracteriza pelo acúmulo de gordura causado pela ingestão alimentar maior que o gasto energético necessário para a manutenção de atividades do dia-a-dia. As pessoas com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 são consideradas obesas. Atualmente é considerada uma epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde. Atinge tanto homens, quanto mulheres e também o público infantil em grande escala.
Hoje em dia, a cirurgia bariátrica é o método mais eficaz no tratamento da obesidade mórbida e controle do peso em longo prazo. Defini-se como cirurgia antiobesidade aquela que pode ser feita de maneira que limita a capacidade gástrica e a que interfere na digestão, ou uma combinação de ambas as técnicas. O número de cirurgias bariátricas feitas no Brasil aumentou quase 90% nos últimos cinco anos e chegou a 72 mil em 2012, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
Geralmente a pessoa portadora de obesidade apresenta um sofrimento psicológico causado pelo preconceito social com a obesidade e também com as características do seu comportamento alimentar. Tendem a apresentar maiores graus de sintomas depressivos, ansiosos, alimentares e de transtornos de personalidade.
Quem decide submeter-se a cirurgia bariátrica deve passar por uma avaliação psicológica antes da cirurgia solicitada, pelo médico responsável. O psicólogo, neste caso, irá avaliar se o indivíduo está apto emocionalmente para a realização da cirurgia, além de auxiliá-lo na compreensão de todos os aspectos relevantes ao pré e pós–cirúrgico.
A pessoa precisa naturalmente emagrecer antes da cirurgia. A preparação psicológica é inevitável nesse processo, tanto para ajudá-la a se preparar para o processo cirúrgico quanto para enfrentar as dificuldades que terá depois da cirurgia. Isso, porque a pessoa irá comer quantidades bem menores do que comia antes, haverá mudanças no corpo e o alimento não será mais o mecanismo para diminuir angústias, uma vez que, o portador de obesidade mórbida apresenta problemas relacionados ao controle do impulso alimentar.
A terapia cognitiva nesse caso, além de ajudar o indivíduo a passar pelos processos cirúrgicos, irá também auxiliar na mudança definitiva de pensar em relação à alimentação. O tratamento se baseia na identificação dos aspectos que desencadeiam a compulsão alimentar e como enfrentá-los, na mudança de pensamentos sabotadores, que justificam o ato de comer, também na criação de estratégias de habilidades para lidar com o novo modo de vida e principalmente para evitar recaídas, pois, sabe-se que ao longo dos anos a pessoa pode voltar a engordar, caso ela não mude seus hábitos e principalmente sua maneira de pensar sobre a alimentação. (ver: Emagrecer reeducando os pensamentos).
Fonte: Abordagem psicológica em cirurgia plástica pós-bariátrica.
Rev. Bras. Cir. Plást. [online]. 2011, vol.26, n.4, pp. 685-690. ISSN 1983-5175. http://dx.doi.org/10.1590/S1983-51752011000400026.
OLIVEIRA, Verenice Martins de; LINARDI, Rosa Cardelino and AZEVEDO, Alexandre Pinto de.Cirurgia bariátrica: aspectos psicológicos e psiquiátricos.
Rev. psiquiatr. clín. [online]. 2004, vol.31, n.4, pp. 199-201. ISSN 0101-6083. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832004000400014.
Para saber mais:
http://goo.gl/YyMRZ
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