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quinta-feira

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)


O Transtorno de a compulsão alimentar periódica (TCAP) ou transtorno da compulsão alimentar (TOC) tem com principal característica a compulsão alimentar, que por sua vez, se define por episódios em que uma pessoa come uma enorme quantidade de alimento (chegando a 10.000 calorias de uma vez só) em um curto intervalo de tempo causando a sensação de perda de controle sobre o seu comportamento alimentar. Diferente de outros transtornos alimentares como, por exemplo, a Bulimia, no TCAP não há a  qualquer comportamento de compensação para evitar um possível ganho de peso.
Estudos descrevem um predomínio de TCAP em 2% da população geral e cerca de 30% de obesos que procuram ajuda especializada para o tratamento da obesidade, ou seja, não se limita a uma população obesa, qualquer pessoa pode sofrer desse transtorno.
As principais causas são:
  • Fatores genéticos (história de transtorno alimentar e (ou) outros (transtorno de ansiedade, depressão);
  •  Fatores socioculturais (extrema valorização corporal);
  • A cobrança exagerada para o controle alimentar por parte dos familiares, o controle insistente sobre a dieta, críticas corporais e comparativas;
  • Traços da personalidade e fragilidades emocionais.
A base de diagnóstico para TCAP proposto pelo DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed.) exige algumas características, sendo que muitas delas se referem à compulsão alimentar. São elas:
  • Ingestão, em um curto período de tempo de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo tempo;
  • Sentimento de falta de controle (por exemplo, um sentimento de não conseguir parar ou controlar);
  •  Comer muito e rápido demais;
  •  Comer até sentir-se incomodado de tão cheio;
  •  Comer grandes quantidades de alimentos, quando não está fisicamente com fome;
  •  Comer sozinho por vergonha devido à quantidade de alimentos que consome;
  • Sentir raiva de si mesmo, depressão ou culpa após comer exageradamente;
  • Alta angústia relativa à compulsão alimentar;
  • A compulsão alimentar ocorre, pelo menos, dois dias por semana, durante seis meses;
  • Não ocorrem comportamentos de compensação (ex: induzir o vômito, tomar laxantes ou diuréticos).
Os tratamentos com antidepressivos e as psicoterapias combinadas parecem ser mais eficazes. A terapia cognitiva mostra-se eficiente na redução da frequência da compulsão alimentar e no desaparecimento dos sintomas. São observadas também melhoras na autoestima, nas dificuldades interpessoais, no humor e na qualidade de vida, além de um aumento do sentimento subjetivo de bem–estar, porém com sem reduções significativas no peso corporal.
Todo transtorno gera sofrimento. Por isso, é muito importante procurar um tratamento e adquirir uma melhor qualidade de vida e saúde. Não deixe de procurar ajuda!



Fonte: PAPELBAUM, Marcelo  and  APPOLINARIO, José Carlos. Transtorno da compulsão alimentar periódica e transtorno obsessivo-compulsivo: partes de um mesmo espectro?. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2001, vol.23, n.1, pp. 38-40. ISSN 1516-4446.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462001000100010. 
Diagnnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4a edição. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995
AZEVEDO, Alexandre Pinto de; SANTOS, Cimâni Cristina dos  and  FONSECA, Dulcineia Cardoso da. Transtorno da compulsão alimentar periódica. Rev. psiquiatr. clín. [online]. 2004, vol.31, n.4, pp. 170-172. ISSN 0101-6083.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832004000400008. 


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