A principal característica da PICA é a preferência em comer substâncias não comestíveis e não nutritivas como: terra, pedra, cabelo, fezes, entre outros. Cada tipo de substância é classificado por um nome diferente, por exemplo; Pagofagia (cabelo), Coprofagia (fezes), Gooberfagia (batatas cruas), Geofagia (terra ou barro), Plumbogia (casca de tinta ou esmalte).
Esse transtorno é mais comum em crianças, mulheres grávidas e pessoas com deficiência mental. Ocorre em crianças entre 1 a 6 anos e pode desaparecer com a idade. As causas específicas ainda são desconhecidas, mas especialistas acreditam que a PICA pode estar relacionada ao descuido entre pais e filhos sendo que as necessidades orais não são satisfeitas. Outra justificativa pode estar relacionada à falta de nutrientes como, por exemplo, o ferro. Além dos comportamentos diferentes de comer coisas estranhas em casa os pais e professores devem estar atentos à escola observando se a criança come lápis, tinta, areia e/ou outras substâncias.
Os critérios para um diagnóstico são:
- Ingestão de substâncias não nutritivas por um período de pelo menos um mês;
- Comportamento impróprio em termos evolutivos (ao desenvolvimento do indivíduo);
- Não deve fazer parte de uma prática cultural;
- Se o comportamento ocorre exclusivamente durante um transtorno mental.
Os fatores que podem aumentar o risco do desenvolvimento desse transtorno são:
- Deficiência nutricional:
ferro ou zinco;
- Dieta: pessoas que fazem
dieta podem tentar acalmar o desejo de fome ao comer substâncias não
comestíveis para obter a satisfação de saciedade;
- Má nutrição: comum em países
subdesenvolvidos, onde as pessoas com PICA comem terra ou barro;
- Fatores culturais: em
famílias, religiões, ou grupos em que comer substâncias não comestíveis é uma prática não aprendida.
- Deficiência mental
O tratamento da PICA deve ser multiprofissional, incluindo na equipe médicos, psicólogos e nutricionistas. A suplementação nutricional, a orientação alimentar e o tratamento psicológico devem ser combinados, para que se alcancem os melhores resultados. Ainda há muito o que ser estudado sobre esse transtorno que causa prejuízos no
desenvolvimento da criança e na saúde da pessoa.
Fonte: Diagnnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4a edição. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995
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APPOLINARIO, José Carlos and CLAUDINO, Angélica M. Transtornos alimentares. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2, pp. 28-31. ISSN 1516-4446. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600008.
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