Esta é Isabelle Caro, modelo francesa que lutou por muitos anos contra a anorexia. Em 2007 participou de uma campanha polêmica contra a doença em plena semana da moda em Milão e em 2008 lançou seu livro "A menina que não queria engordar" onde relata sua luta contra a doença que se iniciou nos seus 13 anos de idade. Isabelle chegou a pesar entre 25 kg e 33 kg com uma altura de 1,65 m. Infelizmente sua luta contra a anorexia terminou em 2010 quando faleceu.
Isabelle é apenas um exemplo de tantas outras pessoas que sofrem dessa doença. Seu destaque aqui é por ter se mostrado ao mundo e exposto sua vida para que sirva de exemplo e impeça outras meninas de seguir o mesmo caminho, que muitas vezes não tem volta.
A anorexia é um transtorno alimentar que se caracteriza pela perda de peso induzida e mantida pela pessoa. Ocorre geralmente em garotas adolescentes e mulheres jovens, mas homens jovens também podem desenvolver a anorexia, mesmo que seja em números bem menores. Nas mulheres o ciclo menstrual pode até ser comprometido, ou seja, ela pára de menstruar.
As causas mais evidentes estão relacionadas aos fatores socioculturais (magreza como beleza social), características da personalidade e fatores biológicos.
Para um diagnóstico correto é importante avaliar os seguintes tópicos:
- O peso do corpo é pelo menos 15% menor do que o normal e esperado;
- A perda de peso é induzida, havendo uma evitação em comer alimentos que engordam e muitas vezes é seguida de vômitos;
- Exercícios em excesso e uso de remédios para emagrecer (também os diuréticos e laxantes);
- Há uma distorção da imagem corporal
- Pode haver sintomas depressivos ou obsessivos
A cada quilo perdido as pacientes com anorexia dizem aumentar sua autoestima, por isso são resistentes ao tratamento principalmente pelo medo que as mudanças exigidas durante o processo às façam engordar novamente. A doença também causa problemas emocionais, físicos e sociais que dificultam o entendimento delas para com a doença e consequentemente o seu tratamento.
As características psicológicas mais comuns são:
- Baixa autoestima
- Sentimento de desesperança
- Desenvolvimento insatisfatório da identidade
- Tendência a buscar aprovação externa
- Extrema sensibilidade a críticas
- Conflitos relativos aos temas autonomia versus dependência
Pensamentos para justificar o não tratamento como, “sou mais respeitada e recebo mais elogios” ou “me sinto mais confiante e capaz quando estou magra” são frequentes nas pessoas com esse problema.
Neste sentido, os objetivos da terapia cognitiva são o desenvolvimento gradual, pelo cliente, da habilidade de melhor responder às pressões ambientais desafiadoras e a modificação emocional (e não somente o pensamento negativo) quanto ao comer e à forma e peso do corpo. Como as reações emocionais são as companheiras mais antigas e presentes na vida humana (afetando a memória, o humor e a habilidade em resolver tarefas), sua compreensão e regulação torna-se um dos objetivos mais desejados nesta forma de psicoterapia (Abreu e Roso, 2003).
Mesmo havendo uma grande resistência ao tratamento ainda há esperança que, quando feito, a melhora é significativa.
A família deve ficar atenta às mudanças de comportamento da pessoa e procurar quanto antes à ajuda médica, psicológico e nutricional.
Fonte: LEAHY, Robert L. (org). Terapia cognitiva contemporânea: teoria,pesquisa e prática. Porto Alegre: Artmed, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificacao de transtornos mentais e de comportamento da cid-10: casos clinicos de adultos - as varias faces dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 230 p. ISBN 85-7307-330-6
KACHANI, Adriana Trejger and CORDAS, Táki Athanássios. Anorexia nervosa e retardo mental. J. bras. psiquiatr. [online]. 2011, vol.60, n.1, pp. 57-63. ISSN 0047-2085. http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852011000100011.
FERRERO, Andrea. Reflexiones sobre la anorexia. Psicol. estud. [online]. 2009, vol.14, n.1, pp. 47-55. ISSN 1413-7372. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722009000100007.
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