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segunda-feira

Transtorno da personalidade esquizotípica



O transtorno da personalidade esquizotípica tem como característica a evitação de relacionamentos interpessoais e grande desconforto com relacionamentos íntimos. Geralmente as pessoas com esses sintomas não tem amigos, ficam ansiosos em situações sociais se comportam de maneira que os outros consideram esquisito. Esse transtorno tem grandes semelhanças com o Transtorno da Personalidade esquisóide, (Transtorno da personalidade esquizóide), mas muitas vezes pode apresentar sintomas psicóticos, como desconfiar ou acreditar que as pessoas estão falando sobre eles, ou têm intenção de prejudicá-los.
Tendo como base o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed) o Transtorno da personalidade esquizotípica geralmente se apresenta no início da idade adulta e deve ser identificado no mínimo, cinco dos seguintes critérios:

  •  ideias de referência;
  • crenças bizarras ou pensamentos mágicos, que influenciam o comportamento e não condizem com a cultura do indivíduo (por exemplo: supertições, crenças em lucidez, telepatia ou “sexto sentido”, em crianças e adolescentes, fantasias e crenças bizarras);
  • experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões;
  • pensamentos e discursos bizarros;
  • desconfiança ou ideação paranóide;
  • afeto inadequado;
  • aparência ou comportamento esquisito;
  • não ter amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau;
  • ansiedade social excessiva, que não diminui com a familiaridade e tende a estar associado a temores paranóides, em vez de julgamentos negativos sobre si próprio.

As pessoas que estão nesse grupo de transtorno, com frequência tiveram experiências de vida de rejeição, intimidação ou foram ridicularizadas. Além disso, podem ter sofrido abuso físico ou sexual na infância, o que as levou a se verem diferentes, más ou anormais. Como resultado disso, desenvolvem crenças incomuns (como pensamentos mágicos, desconfiança) ou alucinações (visuais ou auditivas) e muitas vezes adotam estratégias para confirmar essas crenças, como evitação social, extrema suspeita das situações e das pessoas.
Numa visão cognitiva, as pessoas esquizotípicas podem desenvolver crenças do tipo: “Eu sou diferente, sem valor, desinteressante e anormal” ou "As outras pessoas são cruéis, perigosas e não merecem confiança.” Também criam suposições do tipo: “Se eu tiver experiências muito incomuns, serei importante." ou “Se eu tentar ser amigo das pessoas, elas vão me rejeitar e me enganar".
A terapia cognitiva vai ajudar essas pessoas e reestruturarem as crenças centrais, identificando os problemas, criando habilidades e soluções para esses problemas, reduzindo a ansiedade ou depressão desencadeante do transtorno, tudo em colaboração com o paciente para melhorar sua qualidade de vida.


Fonte: Beck, A.T.; Freeman, A. - Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Artes Médicas, Porto Alegre, 1993. (Original publicado em 1990).
Diagnnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4a edição. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995

Para saber mais:
http://goo.gl/lN25b




6 comentários:

  1. Ao ler os posts, fiquei pensando e gostaria de fazer uma pergunta.
    Existe relação destes últimos transtornos com pessoas esquizofrênicas?

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    Respostas
    1. Tanto o Transtorno da personalidade esquizotípica quanto o Transtorno da personalidade esquizóide têm características bastante semelhantes com a esquizofrenia, porém mais moderadas. Há também uma prevalência maior de pessoas com esses transtornos em famílias com esquizofrenia.
      No Transtorno da personalidade esquizóide, muitos estudiosos argumentam que o comportamento esquizóide pode representar uma vulnerabilidade crônica à esquizofrenia, geneticamente determinada, ou estar presente naqueles que estão em recuperação parcial da esquizofrenia.
      Para um diagnóstico diferencial, ambos os transtornos não devem ser considerados se o padrão de comportamento ocorre exclusivamente durante o curso da esquizofrenia.
      Espero que tenha esclarecido sua dúvida!
      Obrigada!

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  2. olá,uma pessoa pode ser um pouco "paranóide e um pouco esquizotípica"??existe este diagnóstico?

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  3. Uma pessoa pode ter características semelhantes aos desses transtornos. Mas não seria correto dar um diagnóstico, a partir desses sintomas, que junte esses diferentes transtornos. O melhor seria procurar um profissional e aí sim fazer um diagnóstico preciso e diferencial.
    Só de se identificar com esses sintomas já é um motivo para procurar ajuda, principalmente se esses causam prejuízo na vida pessoal.

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  4. Obrigado pela resposta, eu acho que me encaixo ai, entre os dois transtornos.Já até me aposentei pela psiquiatria , mas nunca fecharam um diagnóstico meu, hoje em dia nem ligo mias pra isso,só vou ao médico para conseguir a receita dos remédios que tenho que tomar, o rivotril e floxetina. Estou pesquisando só pra passar o tempo e me informar sobre este assunto tão cheio de preconceitos que são as doenças e trantornos mentais.vc tem algo sobre os tipos de esquizofrenia? ou sabe de algum blog para me recomendar? desde já obrigado.

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  5. A psiquiatria é essencial, mas os resultados são mais eficazes juntamente com a psicoterapia. Talvez fosse relevante procurar auxílio psicológico, que ajuda no tratamento medicamentoso e trata da pessoa como um todo.
    Em breve publicarei textos sobre a esquizofrenia e seus subtipos. No momento não tenho um blog para te indicar, mas encontrei um site que achei bastante interessante: http://entendendoaesquizofrenia.com.br/website/.
    Boa leitura!
    Atenciosamente,
    Diana Pires

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